STJ define a incidência das regras do plano de recuperação judicial a credores que não fizerem parte do procedimento concursal

MB
Mayer Brown

Contributor

Mayer Brown is a distinctively global law firm, uniquely positioned to advise the world’s leading companies and financial institutions on their most complex deals and disputes. We have deep experience in high-stakes litigation and complex transactions across industry sectors, including our signature strength, the global financial services industry.
Em sessão realizada em 27 de abril de 2022, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou o Recurso Especial nº 1655705/SP, cujo acórdão recém-divulgado impôs a forma de pagamento fixada...
Brazil Insolvency/Bankruptcy/Re-Structuring
To print this article, all you need is to be registered or login on Mondaq.com.

Em sessão realizada em 27 de abril de 2022, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou o Recurso Especial nº 1655705/SP, cujo acórdão recém-divulgado impôs a forma de pagamento fixada em Plano de Recuperação Judicial (PRJ) a determinado credor que não fez parte da recuperação judicial e pretendia cobrar o seu crédito individualmente.

Em julgados anteriores, o STJ já havia fixado entendimento de que o credor não incluído pelas devedoras na recuperação judicial poderia optar entre apresentar uma habilitação retardatária de crédito ou executar o crédito posteriormente, quando do encerramento da recuperação judicial (AgInt nos EDcl no AREsp 1742348/RS).

Nesse recente julgamento, a Segunda Seção do STJ definiu que os credores que optarem por executar individualmente o seu crédito, ao invés de realizar a habilitação retardatária, estão sujeitos às regras de pagamento definidas para credores da mesma classe na recuperação judicial, pois a novação abrangerá a classe considerada no PRJ, nos termos do art. 59 da LREF.

A situação examinada no referido recurso envolvia crédito que, durante a fase de habilitação na recuperação judicial, ainda era ilíquido e não havia sido realizada reserva de valores, nos termos do art. 6º, parágrafo 3º, da LREF. A despeito do ulterior trânsito em julgado da sentença indenizatória líquida, o crédito seguiu sem ser habilitado na fase inicial da recuperação judicial.

Embora a Segunda Seção do STJ tenha reconhecido que “a lei não obriga o credor a habilitar o seu crédito”, restou esclarecido nesse novo julgado que o aludido credor singularmente excluído pela recuperanda e que também não se habilitou poderá promover a execução individual, mas não pelo valor integral de seu crédito corrigido ou acrescido de encargos legais.

Na verdade, a esse credor não incluído na recuperação judicial será permitido, antes ou após o encerramento da fase judicial do procedimento concursal, promover o cumprimento da sentença concessiva da recuperação judicial, observando as diretrizes definidas no PRJ, e não mais o valor e demais condições previstas na mencionada sentença indenizatória líquida.

Foi explicitado, ainda, que a aplicação dos efeitos da novação ao aludido crédito excluído implica a extinção do feito executivo inicialmente proposto, uma vez que a Segunda Seção do STJ convergiu no sentido de que “o reconhecimento judicial da concursalidade do crédito, independentemente do momento, torna obrigatória a sua submissão aos efeitos da recuperação judicial, nos termos em que dispõe o art. 49, caput, da Lei n. 11.101/2005”.

Por fim, o acórdão em questão – ainda sujeito a recurso – consignou que a sentença extintiva do referido processo executivo deve definir a responsabilidade pelo pagamento de honorários e custas com base no princípio da causalidade, tendo imposto tais ônus sucumbenciais à recuperanda.

A nossa equipe de Reestruturação e Falência encontra-se à disposição para mais informações relacionadas a este informativo.

Visit us at Tauil & Chequer

Founded in 2001, Tauil & Chequer Advogados is a full service law firm with approximately 90 lawyers and offices in Rio de Janeiro, São Paulo and Vitória. T&C represents local and international businesses on their domestic and cross-border activities and offers clients the full range of legal services including: corporate and M&A; debt and equity capital markets; banking and finance; employment and benefits; environmental; intellectual property; litigation and dispute resolution; restructuring, bankruptcy and insolvency; tax; and real estate. The firm has a particularly strong and longstanding presence in the energy, oil and gas and infrastructure industries as well as with pension and investment funds. In December 2009, T&C entered into an agreement to operate in association with Mayer Brown LLP and become "Tauil & Chequer Advogados in association with Mayer Brown LLP."

© Copyright 2020. Tauil & Chequer Advogados, a Brazilian law partnership with which Mayer Brown is associated. All rights reserved.

This article provides information and comments on legal issues and developments of interest. The foregoing is not a comprehensive treatment of the subject matter covered and is not intended to provide legal advice. Readers should seek specific legal advice before taking any action with respect to the matters discussed herein.

STJ define a incidência das regras do plano de recuperação judicial a credores que não fizerem parte do procedimento concursal

Brazil Insolvency/Bankruptcy/Re-Structuring

Contributor

Mayer Brown is a distinctively global law firm, uniquely positioned to advise the world’s leading companies and financial institutions on their most complex deals and disputes. We have deep experience in high-stakes litigation and complex transactions across industry sectors, including our signature strength, the global financial services industry.
See More Popular Content From

Mondaq uses cookies on this website. By using our website you agree to our use of cookies as set out in our Privacy Policy.

Learn More